segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Pensamentos...


 

 "É como se fosse um martírio; a nossa vida, a nossa família, os nossos pensamentos e sonhos. Por isso creio ser o pensamento algo perigoso, um buraco negro da existência humana. Pode ser que sejamos sortudos por pensar tanto, pois querendo ou não, isso sempre nos ajudou a seguir em frente, mas será mesmo?
  A vida é tão maravilhosa por si só, que acho necessário serem banidos os pensamentos nas horas de contemplação. Nas horas em que nos encontramos conectados com nós mesmo, como se fossemos uma coisa só, uma só energia, como se cada brisa que passasse por entre nossos cabelos fosse só o que sentíssemos. Aquela gota de água que cai a cada intervalo de tempo, como se o tempo cronológico não existisse, e só existisse a gota caindo paulatinamente, e o tilintar da gota fosse música sedutora aos nossos ouvidos.
  Nesses momentos os pensamentos são dispensáveis, totalmente useless, pois o momento vivido é impensável, intraduzível em palavras. Nossa devo estar lhe cansando a alma com tantas divagações, desculpe meu caro amigo."
   Foi assim meu momento encantador com Fred, um grande amigo meu, que como todo amigo, sempre está disposto a escutar qualquer coisa, ainda mais quando estamos em momentos críticos de nossas vidas, essa tarde de domingo foi um desses momentos críticos.
   Como é bom poder ter amigo, mesmo que seja apenas um, para compartilhar todas as coisas que lhe inquietam a cabeça. E ter alguém para fazer parte da sua vida por escolha, por querer estar perto de você. Pois pais e irmãos não escolhem ser seus parentes, eles são apenas, mas um amigo não é parente e, não é obrigado a ser amigo, ele é acima de qualquer coisa, ele é o seu amigo, e escolheu ser por vontade própria. Sim, não tem coisa mais bonita que a amizade, mas aquela sincera, existindo doação dos dois lados da moeda, um querendo sempre ver o outro sorrindo.
   Voltando a Fred, este eu conheci inesperadamente, foi um dia qualquer, uma noite em um bar... Ele me olhou, e ao captar seu olhar correspondi, e a partir dessa troca de olhar nunca mais nos deixamos de ver. Engraçado, eu sentada bebendo sozinha (costumo fazer isso sempre que quero), pois é impossível ficar sozinha em um bar, qualquer que seja. Pois bem, senti nele um olhar inocente, como se já o conhecesse há anos, vai entender, e foi assim, a vida realmente é inusitada.

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